SOBRE O EVENTO ESCOLAR 2015 "JUVENTUDE.COM"
EXPOSIÇÃO JUVENTUDE.COM
Orientações gerais: Os estudantes irão elaborar trabalhos artísticos com técnicas de pintura, desenho, colagem e fotografia, tendo-se por tema alguns movimentos culturais oriundos da juventude (Rock, Punk, Hippie, Bossa Nova, Hip Hop, Gótico e Tropicália). Todo o processo de montagem da exposição física e virtual ocorrerá sob a supervisão e orientação do professor.
MOVIMENTO
HIP HOP
Para abordar o Hip Hop torna-se
essencial resgatar, de forma sucinta, a origem do funk, pois essa forma de
música surgiu da música negra americana, o “Rhythym and Blues”, rotulada como
“race music” até cair no gosto popular dos jovens brancos americanos. Houve a
partir da década de trinta, uma grande migração da população negra que vivia no
sul do país, para os centros urbanos do norte dos Estados Unidos e que
necessitava, emergencialmente, de trabalho. Neste período o Blues absorve
instrumentos elétricos dando origem ao Rhythm’d Blues, que consequentemente
mistura-se com a música gospel protestante, resultando no “Soul”, cuja tradução
é “alma”. Na década de sessenta o Soul passa a ser a música de protesto dos
movimentos em favor dos direitos civis dos negros, tornando-se a “black music”
americana. Na luta por uma real cidadania, eles começam a fazer uso da palavra
“funky” (fedorento), muito utilizados por seus agressores. Desta forma o Funky
passa ser uma forma de atitude e identidade negra no vestir, falar, dançar,
enfim, viver.
Na década seguinte, anos setenta, a
mídia no Brasil se apropria desse estilo e passa a comercializa-lo, projetando
o estilo “Black Power” com Gerson King Combo. Uma espécie de James Brown à
brasileira. O Rio de Janeiro, por concentrar a maior mídia de massa da época,
aglomera grandes equipes de som, como as “Soul Grand” e “Furacão 2000”, com
realização de grandes bailes na zona sul e subúrbio da cidade. A imprensa
batizou este movimento ao orgulho negro de “Black Rio”, entrando a década de
oitenta sacudindo clubes, discotecas e casas noturnas das grandes capitais
brasileiras.
Nos Estados Unidos, paralelamente, em
Nova Iorque e Detroit, estava acontecendo uma reação ao movimento Black Power.
Começa a surgir um dos primeiros elementos estéticos da cultura Hip Hop: o RAP
(Rhythm And Poetry). Com a criação e comércio desacelerado dos CDs (compact
disc), a classe média americana começa a se desfazer de seus toca-discos de
vinil, então os jovens desempregados os recolhem e os reciclam, produzindo
novos sons com esses vinis, criando o “stracting”, que é arranhar a agulha no
disco de vinil no sentido anti-horário, o “phasing”, alterando a rotação do
disco, e o “needle rocking”, a produção de eco entre duas picapes. Desta forma
é lançada a base musical, ou melhor, o “break beats”, do rap. Esses DJs (disc
jockeys) produziam seus sons nas ruas e becos, desta forma proporcionando o
surgimento do movimento Hip Hop, que passou a unir a break dance, o rap, o grafite,
e o estilo b-boy (b-girl) com suas grifes esportivas.
O Hip Hop chega ao Brasil, vindo da
Florida (EUA), pelo ritmo “Miami Bass” de músicas com batidas rápidas, mas este
ritmo aqui foi batizado de “Funk”, uma retomada ao movimento anterior. Duas
vertentes vão surgir neste estilo que acaba de chegar às comunidades de baixa
renda. Uma atente a demanda da produção midiática, à cultura
de massa, liderada por um grupo de pessoas que visam
o lucro com esta produção, oferecendo a população uma forma de diversão e de
passar o tempo. Enquanto que a outra vertente, o Hip Hop, propõe uma ação de
protesto político e social para o exercício da cidadania. O termo Hip Hop tem
na sua etmologia as danças da década de setenta, em que se saltava (hop) e
movimentava os quadris (hip). Mas também há registros de que tenha sido criado
por Afrika Bambaataa (Kevin Donovan).
O Rap (Rhythm And Poetry) tem sua
origem nos “Sound Systems” da Jamaica, muito utilizados por lá na década de
sessenta, uma espécie de carro de som onde o “toaster” (como o MC atual)
discursava sobre os problemas socioculturais e políticos do seu povo. Em busca
de trabalho, na década de setenta, esses toasters migraram para os Estados
Unidos, e lá contribuíram para o surgimento do Rap. A linguagem do Rap
possibilitou aparecer novos cantores, grupo musicais e mestres de cerimônia, os
MCs, importantíssimos nos bailes funks e nas apresentações de Rap.
A Break Dance é a linguagem artística
dentro do Hip Hop praticada pelos b-boys e b-girls, os adoradores de grifes
esportivas. Este estilo de dança surgiu com a quebra da bolsa de valores dos
Estados Unidos, em 1929, quando acontece o desemprego em massa. Os artistas dos
cabarés americanos foram para as ruas fazerem seus números de música e dança, em
busca de dinheiro. Daí surge a “Street Dance” (Dança de Rua), porém com uma
estética própria daquela época. A break dance baseia-se na performance do
dançarino, na sua capacidade de travar e quebrar os movimentos leves e
contínuos. Ela é uma estética específica dentro da Dança de Rua (Street Dance)
que possui característica de enfrentamento, protesto e/ou performance em grupo,
mas permitindo que em determinado momento da apresentação alguém possa
improvisar com a sua habilidade em break dance.
Outra expressão artística marcante no
movimento Hip Hop é o “Graffiti”, que em parte tem a ver com a pichação, isto
porque no surgimento do Hip Hop o grafite servia para demarcar becos, muros e
trens nas grandes metrópoles. Com a essência do movimento Hip Hop, nos anos
oitenta, essas demarcações foram se transformando em verdadeiros murais de
obras de arte. Hoje há uma nítida diferença entre o grafite e a pichação,
inclusive pela ilegalidade e vandalismo do segundo. O movimento Hip Hop tem
sido respeitado por uma grande parcela da sociedade brasileira. Mérito
alcançado pelos líderes conscientes deste movimento no Brasil.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
HERSCHMANN, Micael, O Funk e o Hip-Hop invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
VIANNA, Hermano, O mundo funk carioca, Rio de Janeiro: Zahar, 1988
http://www.multirio.rj.gov.br/seculo21/
HERSCHMANN, Micael, O Funk e o Hip-Hop invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
VIANNA, Hermano, O mundo funk carioca, Rio de Janeiro: Zahar, 1988
http://www.multirio.rj.gov.br/seculo21/
MOVIMENTO
ROCK
Estilo musical mais
popular no mundo ocidental, o Rock ou Rock and Roll surgiu e se firmou no
sul dos Estados Unidos durante a década de 50, tendo rapidamente se espalhado
por todo o mundo. Embora no início da história do Rock, o instrumento principal
fosse o saxofone, hoje em dia os instrumentos musicais mais utilizados são a
guitarra elétrica, o baixo, a bateria e o teclado.
Década de 50
O Rock surgiu na década de
50 através da mistura de três gêneros musicais: Blues, Country e Jazz. Assim,
surgiu o Classic Rock, uma mistura de vários gêneros musicais. Nesse período do
Classic Rock surgiu Elvis Presley, considerado por muitos como o “o rei do
rock”.
Década de 60
Tal período foi o mais
popular e prolífero do Rock. A combinação do movimento antiguerra e o
crescimento do uso de drogas registrado na época originou o pensamento da
década. Bandas famosíssimas como Beatles, Rolling Stones, The Doors e Pink
Floyd surgiram. Foi neste período que surgiu o famoso lema: “Sexo, drogas e
Rock’n’Roll.”
Década de 70
Nesta fase, a
“agressividade” do Rock dos anos 60 havia se esfriado um pouco, proporcionando
o retorno de um estilo mais direto e primitivo. Foi na década de 70 que surgiu
o Punkrock, o conceito do “faça você mesmo” tomou conta do mundo inteiro
através das bandas The Ramones, Iggy Pop & The Stooges e Sex Pistols. Além
destes, outros lendários grupos musicais surgiram neste período: Led Zeppelin,
Black Sabbath, Deep Purple, KISS e Aerosmith, por exemplo.
Década de 80
Foi marcada pelo peso,
atitude e a comercialização. Na questão do peso, surgiu o Heavy Metal,
representado por bandas como Iron Maiden e Judas Priest. Além disso, nos anos
80 surgiu o Alternative Rock, gênero musical criado pelas bandas undergrounds
que não tinham apoio das grandes gravadoras e que passaram a lançar seus
discos de forma independente.
Década de 90
Sem dúvida, foi a época do
hard rock, liderado pela banda Guns N'Roses (para se ter uma ideia, o estoque
dos discos da banda não duravam nem 24 horas nas lojas). Também
foi na década de 90 que surgiu o “grunge”, estilo que tem como
características musicais o menor cuidado na polidez do som (grunge tem um
significado próximo a "sujo" na língua inglesa) e a criação de letras
relacionadas com a depressão e a angústia. Algumas
importantes bandas desta fase: U2, Pearl Jam, Nirvana, Foo Fighters, Red Hot
Chili Peppers, Dream Theater, Coldplay, Blink-182 e Green Day.
Cenário atual
No início do século atual,
o Rock começou a perder grande parte de seu espaço para o Pop. Contudo, uma
nova vertente do estilo, a qual relaciona o rock com a diversidade da
música surgiu. Assim, se tornou um elemento crucial para os roqueiros do século
XXI a aceitação da heterogeneidade e a exaltação de toda a história do rock.
Por Tiago
Dantas
MOVIMENTO
HIPPIE
Durante o ano de 1966, surgiu nos
Estados Unidos o movimento hippie, que tinha maior concentração de
jovens em São Francisco. Eram norte-americanos de classe média, alguns de
família abastada, a maioria entre 17 e 25 anos, que resolveram contestar os valores que
seus pais acreditavam. A origem do nome hippie não é
exata, pode ser derivada de hip (quadril), em referência às
blusas que usavam amarradas na cintura. Outra origem seria a palavra happy,
que significa feliz.
Contrários aos ideais da sociedade daquela época, os hippies tinham uma filosofia orientada
por mestres espirituais, cultuavam a natureza, viviam em comunidade e
apreciavam a utilização de drogas como LSD, maconha e mescalina. Eram contra a
propriedade privada, sempre vistos viajando em trailers ou vivendo em conjunto
com seus iguais. Pregavam a inexistência de nações ou fronteiras separando os
países. Para eles, o mundo seria de todos e cada um deveria buscar sua própria
paz espiritual.
Contrários à religião cristã,
acreditavam que o paraíso deveria ser encontrado durante a vida, daí, o lema
adotado, “Paradise Now” (Paraíso agora). Eram contra punições e a favor da
busca pelo prazer, fosse pela espiritualidade ou pelas drogas. Outro de seus
lemas mais conhecidos era “Peace and Love” (Paz e Amor), um dos mais difundidos
da cultura hippie em todo o mundo.
Entre os gurus da comunidade hippie
naquela época, o de maior destaque foi Timothy Leary ,conhecido como o guru do LSD. Leary era professor da Universidade de
Harvard, mas foi proibido de lecionar por incentivar seus alunos a fazerem
experiências com a droga. Por outro lado, uma parte do próprio movimento hippie
era contra a utilização de alucinógenos na busca pela paz espiritual, que
deveria ser alcançada de outras formas.
De acordo com Leary, a experiência com
o LSD levava a uma viagem de domínio da consciência. Segundo ele, ainda era
limitado o alcance e o conteúdo desta experiência, mas, ao embarcar,
transcendíamos dimensões de identidade, ego, tempo e espaço.
Apesar de os hippies terem aparecido na
segunda metade do século XX, muitas seitas e religiões pregavam os mesmos
ideais. Um exemplo são os adamitas, seita cristã que era a favor do pacifismo
pregava a não violência. Naquela época, os hippies foram comparados com
Francisco de Assis e seus seguidores, que também pregavam a humildade,
simplicidade e solidariedade. Obviamente, dentro das características das seitas
cristãs, não havia tanto espaço para o hedonismo dos hippies, mas algumas
características eram parecidas.
Entre outras personalidades que
assimilaram e simpatizaram com a ideologia hippie estão: Bob Dylan, Eric Fromm,
Walt Whitman, Carl Rogers, Aldous Huxley, entre outros.
Fontes:
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 3a. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
http://edsonrodrigues.wordpress.com/tag/franklin-martins/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Frades_Menores
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 3a. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
http://edsonrodrigues.wordpress.com/tag/franklin-martins/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Frades_Menores
TROPICÁLIA
O
universo musical brasileiro estava saindo dos embalos da bossa nova,
quando mergulhou num movimento cultural contestador e vanguardista, em plena
década de 60, a Tropicália ou Tropicalismo. O
país estava recém-dominado pela ditadura militar, em plena efervescência
social e política, lutando contra a presença dos militares no poder, contra as
sementes iniciais da censura. Embora prestes a enfrentar um regime endurecido,
após um golpe dentro do golpe, realizado em 1968 pela ala mais conservadora do
Exército, através da promulgação do Ato Institucional número 5, o famoso AI-5, a geração dos Centros Populares de Cultura,
da Arena, dos movimentos estudantis, continuava a pleno vapor no exercício de
uma energia criativa que parecia inesgotável.
É neste contexto que nasce o movimento
tropicalista, sob a inspiração da esfera pop local e da estrangeira,
principalmente do pop-rock e do concretismo. A tropicália era o espelho do
sincretismo brasileiro, pois mesclava em um único caldeirão as mais diversas
tendências, como a cultura popular brasileira e inovações extremas na estética.
Ela pretendia subverter as convenções, transgredir as regras vigentes, tanto
nos aspectos sócio-políticos, quanto nas dimensões da cultura e do
comportamento.
Integraram diligentemente esta corrente
cultural o cantor e compositor baiano Caetano Veloso, Torquato Neto, também
poeta, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, o maestro e arranjador Rogério
Duprat, as cantoras Gal Costa e Nara Leão, no campo musical; Hélio Oiticica e
outros criadores nas Artes Plásticas; Glauber Rocha e seu
Cinema Novo na esfera audiovisual; e figuras como José Celso Martinez Corrêa no
teatro.
A Tropicália não era exatamente uma
nova modalidade musical, mas principalmente uma renovada forma de agir e de
participar do cenário cultural nacional, com ares críticos e transformadores.
Não era contra a Bossa Nova que esta corrente pretendia se insurgir, mas sim contra
a paisagem morna, entediante e de certa forma reacionária que se instaurara nos
meios musicais dominados pela MPB. Alguns artistas se deram conta, então, da
necessidade de abalar este contexto, apropriando-se das guitarras vibrantes do
rock ou até mesmo dos embalos da Jovem Guarda, então liderada por Roberto e
Erasmo Carlos, entre outros.
Era preciso conquistar a simpatia do
maior número possível de adeptos para se quebrar as correntes nacionalistas que
engessavam a cultura neste momento, e assim nomes de peso, como os de Dorival
Caymmi, Edu Lobo, Chico Buarque de Holanda, Paulinho da Viola e Sérgio Ricardo,
foram cortejados pelos ideais de Caetano e Gil, mas estes não obtiveram êxito
em suas tentativas, pois a vertente das músicas de protesto ganhava força com a
situação de opressão vivida pela Nação.
Os festivais da Record simbolizaram
naquele momento a arena na qual estes antagonismos mais se traduziram, gerando
controvérsias e empolgando plateias, divididas entre seus ídolos e sonhos
distintos. Nestes palcos vieram à luz canções como Alegria, Alegria, de
Caetano, e Domingo no Parque, de Gilberto Gil, na terceira versão deste famoso
festival, em 1967. As posições do público eram acirradas, já que muitos dos
presentes eram estudantes de esquerda, que viam no uso de guitarras e no rock
símbolos do domínio dos EUA. Mas o júri e uma boa parte dos que testemunhavam
este momento histórico, de seus lugares no auditório, receberam muito bem esta
novidade. Assim, a composição de Gil tornou-se vice-campeã, ao lado da
vencedora Ponteio, de Edu Lobo e Capinam, enquanto Alegria, Alegria, embora
tenha ocupado o quarto lugar, virou campeã de execução nas rádios brasileiras.
Os críticos do Tropicalismo o
consideravam uma corrente cultural sem nenhum engajamento político, o qual era
quase um requisito obrigatório, nesta época, para se passar pelo crivo da
crítica. Porém, os próprios tropicalistas não pretendiam se enquadrar nesta
categoria, pois não eram revolucionários no conteúdo tradicional, mas sim na
estética. Esta era realmente sua forma de subverter os padrões vigentes.
MOVIMENTO GÓTICO
A história do movimento gótico
remonta ao fim dos anos setenta, na Inglaterra, embora esta expressão, que
lembra sentimentos melancólicos, tenha sua origem em tempos ancestrais. Neste
período, marcado pelo declínio da estética punk, surge
uma banda – o Joy Division -que se enquadra nas
características do que viria a ser chamado de gothic rock, o qual
destoa de tudo que era então ouvido.
Ian Curtis, o líder do grupo, traduz
toda a tristeza e desencanto próprios do movimento, mixando acordes clássicos
aos sons vibrantes do rock característico desta fase gótica. Ele segue uma forte tendência musical
originária da Alemanha, a qual se soma à atuação dos românticos modernos dos
anos 80. É desta combinação de elementos culturais que nasce o movimento
gótico.
Em plena década de 80 era démode ouvir
e tocar rock. Daí a expressão ‘gótico’ significar, neste contexto, tudo que
estava fora de uso. É neste cenário que desponta o Joy Division, já trazendo em
sua bagagem as principais características do movimento gótico, a exploração de
temas como a morte, sentimentos de profunda tristeza, abatimento moral, tudo em
tons lúgubres.
Mas, seguindo a instabilidade vigente
nesta nova estética, o grupo não permaneceu ativo muito tempo, e sua performance culminou no trágico suicídio de Ian
Curtis. Mas eles foram apenas os pioneiros, e em sua rasteira surgem outras
bandas importantes, como Bauhaus; The Cure; Siouxsie and the Banshees; The
Cult; The Sisters of Mercy; The Mission, entre outras.
Outras questões perturbadoras são
adotadas por estes ícones culturais, que expressam a ausência de perspectivas,
a desesperança, os desencantos afetivos, e outras inquietudes sombrias que
pairam sobre a alma humana. A estética gótica também está presente nos
figurinos, nos quais predominam as roupas escuras, especialmente as pretas e em
tons roxos; na maquiagem, com os olhos bem marcados nas tonalidades pretas; e
nos cabelos desgrenhados.
O Bauhaus é outra banda significativa
deste período. Seu vocalista, Peter Murphy, magnetiza o público com sua voz
grave e melancólica, que se insinua sob uma melodia forte, intensa. Eles
gostavam de enfocar a morte, criaturas vampirescas, morcegos e ritos de natureza
pagã. O The Sister of Mercy também cultiva, em Andrew Audrith, a voz rouca e
depressiva, típica do rock gótico.
O movimento gótico não se resumia
apenas a atitudes estéticas e musicais, ele traduzia uma nova atitude diante do
mundo, mais interiorizada, instrospectiva, expressando o que seus adeptos
sentiam com relação à existência. Eles se autodenominavam góticos, pois
compartilhavam a mesma paixão pelo som que cultuavam.
Isto levou alguns de seus membros a
procurarem referências em outros períodos, tentando encontrar um ponto de
sustentação na arte produzida na Idade Média, ou na literatura romântica e
simbólica, principalmente na sua vertente mais sombria. Eles passaram a ler
autores como Bram Stoker, Edgar Alan Poe, Baudelaire, Rimbaud dentre outros.
Muitos passaram a se identificar também com símbolos místicos como as cruzes,
pentagramas, entre outras imagens mitológicas.
Fontes:
http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/471523
http://www.gothiccastle.net/?categoria=textos&pagina=musica
http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/471523
http://www.gothiccastle.net/?categoria=textos&pagina=musica
MOVIMENTO PUNK
Foi um estilo musical criado na década de 70 e a cultura ao
redor dele. Surgiu em Nova York a partir de 1974, quando os frequentadores da casa de shows CBGB e da cena underground local (usuários de drogas, poetas de
rua, transsexuais e outros) formaram e apoiaram bandas que se opunham ao pomposo rock progressivo de bandas
como Yes, que faziam muito sucesso na época. No Reino Unido, especialmente em
Londres, o movimento ganhou versão própria, com bandas icônicas como Sex Pistols e The Clash. Por lá, o surgimento do punk coincidiu com um momento
político delicado, o que contribuiu para que muitas bandas criticassem o governo em suas músicas. No começo dos anos
80, o gênero deu lugar à new wave e ao pós-punk como estilos predominantes de
rock.
REBELDES COM CAUSA
Em oposição ao movimento
hippie, o punk apoiava a individualidade e a independência
Passarela Irada
O
grupo britânico Sex Pistols nasceu em uma loja de roupas, a Sex, e seu visual
foi criado pela estilista Vivienne Westwood, que trouxe de Nova York as peças
rasgadas, os rebites. Essas tendências e o incentivo à individualidade
estimularam os punks a bolar visuais únicos. Até os cabelos curtos eram um
manifesto: opunham-se às longas madeixas dos hippies.
Juntando os gêneros
O
punk abriu a cabeça dos roqueiros para outros estilos. O grupo The Clash, por
exemplo, pegou elementos do reggae. Já o Television bebeu na fonte do jazz e o
Blondie, da disco. Na mesma época se destacou o ska, fusão de rock e reggae. E
a vibe comunitária favoreceu subgêneros influentes, como o hardcore e o
psychobilly.
Enfrentando o sistema
O
punk era influenciado, principalmente na Inglaterra, pelo movimento
Situacionista e por ideias anarquistas e socialistas. A maioria das bandas era
formada por gente pobre, que não via futuro com as ações do governo.
Superpolitizado, o The Clash apoiava os rebeldes do movimento Sandinista, da
Nicarágua.
Presença feminina
Com
sua política acolhedora, o estilo abriu espaço para as mulheres. Elas passaram
a integrar e até liderar bandas – entre os nomes importantes estavam Patti
Smith, Debbie Harry e as The Slits. Mas nem todos os adeptos eram tão
inclusivos nem todas as bandas com meninas tinham discurso feminista.
Se quiser bem feito...
A
política DIY ("do it yourself", ou "faça você mesmo")
pregava que músicos e fãs não dependiam de grandes corporações.Dessa ideologia,
surgiram as gravadoras independentes e os fanzines, que ganharam popularidade e
respeito. O DIY se expandiu para a moda e para o design – eram comuns pôsteres,
flyers e roupas feitos à mão.
Filho da anarquia
Os estilos que tomaram o lugar do punk derivavam dele. Mesmo
alguns que surgiram muito depois, como o grunge (Kurt Cobain afirmava que sua
banda, Nirvana, era punk). Ele também foi a base dos movimentos riot- grrrl e
queercore, defensoras da inclusãode mulheres e gays na música. Hoje, ainda
sobrevive como gênero musical e ideologia, embora com menos proeminência.
MOVIMENTO BOSSA NOVA
Durante a década
de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a Segunda
Guerra Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de
jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a
buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir do estilo operístico que
dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia
influenciar o mundo com sua cultura, por isso, o novo movimento visava a
internacionalização da música brasileira.
Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.
A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.
A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.
Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.
Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.
A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.
A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.
Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.