sexta-feira, 10 de julho de 2015


SOBRE O EVENTO ESCOLAR 2015 "JUVENTUDE.COM"

EXPOSIÇÃO JUVENTUDE.COM

Orientações gerais: Os estudantes irão elaborar trabalhos artísticos com técnicas de pintura, desenho, colagem e fotografia, tendo-se por tema alguns movimentos culturais oriundos da juventude (Rock, Punk, Hippie, Bossa Nova, Hip Hop, Gótico e Tropicália). Todo o processo de montagem da exposição física e virtual ocorrerá sob a supervisão e orientação do professor.

MOVIMENTO HIP HOP

Para abordar o Hip Hop torna-se essencial resgatar, de forma sucinta, a origem do funk, pois essa forma de música surgiu da música negra americana, o “Rhythym and Blues”, rotulada como “race music” até cair no gosto popular dos jovens brancos americanos. Houve a partir da década de trinta, uma grande migração da população negra que vivia no sul do país, para os centros urbanos do norte dos Estados Unidos e que necessitava, emergencialmente, de trabalho. Neste período o Blues absorve instrumentos elétricos dando origem ao Rhythm’d Blues, que consequentemente mistura-se com a música gospel protestante, resultando no “Soul”, cuja tradução é “alma”. Na década de sessenta o Soul passa a ser a música de protesto dos movimentos em favor dos direitos civis dos negros, tornando-se a “black music” americana. Na luta por uma real cidadania, eles começam a fazer uso da palavra “funky” (fedorento), muito utilizados por seus agressores. Desta forma o Funky passa ser uma forma de atitude e identidade negra no vestir, falar, dançar, enfim, viver.
Na década seguinte, anos setenta, a mídia no Brasil se apropria desse estilo e passa a comercializa-lo, projetando o estilo “Black Power” com Gerson King Combo. Uma espécie de James Brown à brasileira. O Rio de Janeiro, por concentrar a maior mídia de massa da época, aglomera grandes equipes de som, como as “Soul Grand” e “Furacão 2000”, com realização de grandes bailes na zona sul e subúrbio da cidade. A imprensa batizou este movimento ao orgulho negro de “Black Rio”, entrando a década de oitenta sacudindo clubes, discotecas e casas noturnas das grandes capitais brasileiras.
Nos Estados Unidos, paralelamente, em Nova Iorque e Detroit, estava acontecendo uma reação ao movimento Black Power. Começa a surgir um dos primeiros elementos estéticos da cultura Hip Hop: o RAP (Rhythm And Poetry). Com a criação e comércio desacelerado dos CDs (compact disc), a classe média americana começa a se desfazer de seus toca-discos de vinil, então os jovens desempregados os recolhem e os reciclam, produzindo novos sons com esses vinis, criando o “stracting”, que é arranhar a agulha no disco de vinil no sentido anti-horário, o “phasing”, alterando a rotação do disco, e o “needle rocking”, a produção de eco entre duas picapes. Desta forma é lançada a base musical, ou melhor, o “break beats”, do rap. Esses DJs (disc jockeys) produziam seus sons nas ruas e becos, desta forma proporcionando o surgimento do movimento Hip Hop, que passou a unir a break dance, o rap, o grafite, e o estilo b-boy (b-girl) com suas grifes esportivas.
O Hip Hop chega ao Brasil, vindo da Florida (EUA), pelo ritmo “Miami Bass” de músicas com batidas rápidas, mas este ritmo aqui foi batizado de “Funk”, uma retomada ao movimento anterior. Duas vertentes vão surgir neste estilo que acaba de chegar às comunidades de baixa renda. Uma atente a demanda da produção midiática, à cultura de massa, liderada por um grupo de pessoas que visam o lucro com esta produção, oferecendo a população uma forma de diversão e de passar o tempo. Enquanto que a outra vertente, o Hip Hop, propõe uma ação de protesto político e social para o exercício da cidadania. O termo Hip Hop tem na sua etmologia as danças da década de setenta, em que se saltava (hop) e movimentava os quadris (hip). Mas também há registros de que tenha sido criado por Afrika Bambaataa (Kevin Donovan).
O Rap (Rhythm And Poetry) tem sua origem nos “Sound Systems” da Jamaica, muito utilizados por lá na década de sessenta, uma espécie de carro de som onde o “toaster” (como o MC atual) discursava sobre os problemas socioculturais e políticos do seu povo. Em busca de trabalho, na década de setenta, esses toasters migraram para os Estados Unidos, e lá contribuíram para o surgimento do Rap. A linguagem do Rap possibilitou aparecer novos cantores, grupo musicais e mestres de cerimônia, os MCs, importantíssimos nos bailes funks e nas apresentações de Rap.
A Break Dance é a linguagem artística dentro do Hip Hop praticada pelos b-boys e b-girls, os adoradores de grifes esportivas. Este estilo de dança surgiu com a quebra da bolsa de valores dos Estados Unidos, em 1929, quando acontece o desemprego em massa. Os artistas dos cabarés americanos foram para as ruas fazerem seus números de música e dança, em busca de dinheiro. Daí surge a “Street Dance” (Dança de Rua), porém com uma estética própria daquela época. A break dance baseia-se na performance do dançarino, na sua capacidade de travar e quebrar os movimentos leves e contínuos. Ela é uma estética específica dentro da Dança de Rua (Street Dance) que possui característica de enfrentamento, protesto e/ou performance em grupo, mas permitindo que em determinado momento da apresentação alguém possa improvisar com a sua habilidade em break dance.
Outra expressão artística marcante no movimento Hip Hop é o “Graffiti”, que em parte tem a ver com a pichação, isto porque no surgimento do Hip Hop o grafite servia para demarcar becos, muros e trens nas grandes metrópoles. Com a essência do movimento Hip Hop, nos anos oitenta, essas demarcações foram se transformando em verdadeiros murais de obras de arte. Hoje há uma nítida diferença entre o grafite e a pichação, inclusive pela ilegalidade e vandalismo do segundo. O movimento Hip Hop tem sido respeitado por uma grande parcela da sociedade brasileira. Mérito alcançado pelos líderes conscientes deste movimento no Brasil.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
HERSCHMANN, Micael, O Funk e o Hip-Hop invadem a cena. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
VIANNA, Hermano, O mundo funk carioca, Rio de Janeiro: Zahar, 1988
http://www.multirio.rj.gov.br/seculo21/


MOVIMENTO ROCK
Estilo musical mais popular no mundo ocidental, o Rock ou Rock and Roll surgiu e se firmou no sul dos Estados Unidos durante a década de 50, tendo rapidamente se espalhado por todo o mundo. Embora no início da história do Rock, o instrumento principal fosse o saxofone, hoje em dia os instrumentos musicais mais utilizados são a guitarra elétrica, o baixo, a bateria e o teclado.
Década de 50
O Rock surgiu na década de 50 através da mistura de três gêneros musicais: Blues, Country e Jazz. Assim, surgiu o Classic Rock, uma mistura de vários gêneros musicais. Nesse período do Classic Rock surgiu Elvis Presley, considerado por muitos como o “o rei do rock”.
Década de 60
Tal período foi o mais popular e prolífero do Rock. A combinação do movimento antiguerra e o crescimento do uso de drogas registrado na época originou o pensamento da década. Bandas famosíssimas como Beatles, Rolling Stones, The Doors e Pink Floyd surgiram. Foi neste período que surgiu o famoso lema: “Sexo, drogas e Rock’n’Roll.”
Década de 70
Nesta fase, a “agressividade” do Rock dos anos 60 havia se esfriado um pouco, proporcionando o retorno de um estilo mais direto e primitivo. Foi na década de 70 que surgiu o Punkrock, o conceito do “faça você mesmo” tomou conta do mundo inteiro através das bandas The Ramones, Iggy Pop & The Stooges e Sex Pistols. Além destes, outros lendários grupos musicais surgiram neste período: Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, KISS e Aerosmith, por exemplo.
Década de 80
Foi marcada pelo peso, atitude e a comercialização. Na questão do peso, surgiu o Heavy Metal, representado por bandas como Iron Maiden e Judas Priest. Além disso, nos anos 80 surgiu o Alternative Rock, gênero musical criado pelas bandas undergrounds que não tinham apoio das grandes gravadoras e que passaram a lançar seus discos de forma independente.
Década de 90
Sem dúvida, foi a época do hard rock, liderado pela banda Guns N'Roses (para se ter uma ideia, o estoque dos discos da banda não duravam nem 24 horas nas lojas). Também foi na década de 90 que surgiu o “grunge”, estilo que tem como características musicais o menor cuidado na polidez do som (grunge tem um significado próximo a "sujo" na língua inglesa) e a criação de letras relacionadas com a depressão e a angústia. Algumas importantes bandas desta fase: U2, Pearl Jam, Nirvana, Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers, Dream Theater, Coldplay, Blink-182 e Green Day.
Cenário atual
No início do século atual, o Rock começou a perder grande parte de seu espaço para o Pop. Contudo, uma nova vertente do estilo, a qual relaciona o rock com a diversidade da música surgiu. Assim, se tornou um elemento crucial para os roqueiros do século XXI a aceitação da heterogeneidade e a exaltação de toda a história do rock.
Por Tiago Dantas

MOVIMENTO HIPPIE
Durante o ano de 1966, surgiu nos Estados Unidos o movimento hippie, que tinha maior concentração de jovens em São Francisco. Eram norte-americanos de classe média, alguns de família abastada, a maioria entre 17 e 25 anos, que resolveram contestar os valores que seus pais acreditavam. A origem do nome hippie não é exata, pode ser derivada de hip (quadril), em referência às blusas que usavam amarradas na cintura. Outra origem seria a palavra happy, que significa feliz.
Contrários aos ideais da sociedade daquela época, os hippies tinham uma filosofia orientada por mestres espirituais, cultuavam a natureza, viviam em comunidade e apreciavam a utilização de drogas como LSD, maconha e mescalina. Eram contra a propriedade privada, sempre vistos viajando em trailers ou vivendo em conjunto com seus iguais. Pregavam a inexistência de nações ou fronteiras separando os países. Para eles, o mundo seria de todos e cada um deveria buscar sua própria paz espiritual.
Contrários à religião cristã, acreditavam que o paraíso deveria ser encontrado durante a vida, daí, o lema adotado, “Paradise Now” (Paraíso agora). Eram contra punições e a favor da busca pelo prazer, fosse pela espiritualidade ou pelas drogas. Outro de seus lemas mais conhecidos era “Peace and Love” (Paz e Amor), um dos mais difundidos da cultura hippie em todo o mundo.
Entre os gurus da comunidade hippie naquela época, o de maior destaque foi Timothy Leary ,conhecido como o guru do LSD. Leary era professor da Universidade de Harvard, mas foi proibido de lecionar por incentivar seus alunos a fazerem experiências com a droga. Por outro lado, uma parte do próprio movimento hippie era contra a utilização de alucinógenos na busca pela paz espiritual, que deveria ser alcançada de outras formas.
De acordo com Leary, a experiência com o LSD levava a uma viagem de domínio da consciência. Segundo ele, ainda era limitado o alcance e o conteúdo desta experiência, mas, ao embarcar, transcendíamos dimensões de identidade, ego, tempo e espaço.
Apesar de os hippies terem aparecido na segunda metade do século XX, muitas seitas e religiões pregavam os mesmos ideais. Um exemplo são os adamitas, seita cristã que era a favor do pacifismo pregava a não violência. Naquela época, os hippies foram comparados com Francisco de Assis e seus seguidores, que também pregavam a humildade, simplicidade e solidariedade. Obviamente, dentro das características das seitas cristãs, não havia tanto espaço para o hedonismo dos hippies, mas algumas características eram parecidas.
Entre outras personalidades que assimilaram e simpatizaram com a ideologia hippie estão: Bob Dylan, Eric Fromm, Walt Whitman, Carl Rogers, Aldous Huxley, entre outros.
Fontes:
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. 3a. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
http://edsonrodrigues.wordpress.com/tag/franklin-martins/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Frades_Menores


TROPICÁLIA
O universo musical brasileiro estava saindo dos embalos da bossa nova, quando mergulhou num movimento cultural contestador e vanguardista, em plena década de 60, a Tropicália ou Tropicalismo. O país estava recém-dominado pela ditadura militar, em plena efervescência social e política, lutando contra a presença dos militares no poder, contra as sementes iniciais da censura. Embora prestes a enfrentar um regime endurecido, após um golpe dentro do golpe, realizado em 1968 pela ala mais conservadora do Exército, através da promulgação do Ato Institucional número 5, o famoso AI-5, a geração dos Centros Populares de Cultura, da Arena, dos movimentos estudantis, continuava a pleno vapor no exercício de uma energia criativa que parecia inesgotável.
É neste contexto que nasce o movimento tropicalista, sob a inspiração da esfera pop local e da estrangeira, principalmente do pop-rock e do concretismo. A tropicália era o espelho do sincretismo brasileiro, pois mesclava em um único caldeirão as mais diversas tendências, como a cultura popular brasileira e inovações extremas na estética. Ela pretendia subverter as convenções, transgredir as regras vigentes, tanto nos aspectos sócio-políticos, quanto nas dimensões da cultura e do comportamento.
Integraram diligentemente esta corrente cultural o cantor e compositor baiano Caetano Veloso, Torquato Neto, também poeta, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, o maestro e arranjador Rogério Duprat, as cantoras Gal Costa e Nara Leão, no campo musical; Hélio Oiticica e outros criadores nas Artes Plásticas; Glauber Rocha e seu Cinema Novo na esfera audiovisual; e figuras como José Celso Martinez Corrêa no teatro.
A Tropicália não era exatamente uma nova modalidade musical, mas principalmente uma renovada forma de agir e de participar do cenário cultural nacional, com ares críticos e transformadores. Não era contra a Bossa Nova que esta corrente pretendia se insurgir, mas sim contra a paisagem morna, entediante e de certa forma reacionária que se instaurara nos meios musicais dominados pela MPB. Alguns artistas se deram conta, então, da necessidade de abalar este contexto, apropriando-se das guitarras vibrantes do rock ou até mesmo dos embalos da Jovem Guarda, então liderada por Roberto e Erasmo Carlos, entre outros.
Era preciso conquistar a simpatia do maior número possível de adeptos para se quebrar as correntes nacionalistas que engessavam a cultura neste momento, e assim nomes de peso, como os de Dorival Caymmi, Edu Lobo, Chico Buarque de Holanda, Paulinho da Viola e Sérgio Ricardo, foram cortejados pelos ideais de Caetano e Gil, mas estes não obtiveram êxito em suas tentativas, pois a vertente das músicas de protesto ganhava força com a situação de opressão vivida pela Nação.
Os festivais da Record simbolizaram naquele momento a arena na qual estes antagonismos mais se traduziram, gerando controvérsias e empolgando plateias, divididas entre seus ídolos e sonhos distintos. Nestes palcos vieram à luz canções como Alegria, Alegria, de Caetano, e Domingo no Parque, de Gilberto Gil, na terceira versão deste famoso festival, em 1967. As posições do público eram acirradas, já que muitos dos presentes eram estudantes de esquerda, que viam no uso de guitarras e no rock símbolos do domínio dos EUA. Mas o júri e uma boa parte dos que testemunhavam este momento histórico, de seus lugares no auditório, receberam muito bem esta novidade. Assim, a composição de Gil tornou-se vice-campeã, ao lado da vencedora Ponteio, de Edu Lobo e Capinam, enquanto Alegria, Alegria, embora tenha ocupado o quarto lugar, virou campeã de execução nas rádios brasileiras.
Os críticos do Tropicalismo o consideravam uma corrente cultural sem nenhum engajamento político, o qual era quase um requisito obrigatório, nesta época, para se passar pelo crivo da crítica. Porém, os próprios tropicalistas não pretendiam se enquadrar nesta categoria, pois não eram revolucionários no conteúdo tradicional, mas sim na estética. Esta era realmente sua forma de subverter os padrões vigentes.

MOVIMENTO GÓTICO
A história do movimento gótico  remonta ao fim dos anos setenta, na Inglaterra, embora esta expressão, que lembra sentimentos melancólicos, tenha sua origem em tempos ancestrais. Neste período, marcado pelo declínio da estética punk, surge uma banda – o Joy Division -que se enquadra nas características do que viria a ser chamado de gothic rock, o qual destoa de tudo que era então ouvido.
Ian Curtis, o líder do grupo, traduz toda a tristeza e desencanto próprios do movimento, mixando acordes clássicos aos sons vibrantes do rock característico desta fase gótica. Ele segue uma forte tendência musical originária da Alemanha, a qual se soma à atuação dos românticos modernos dos anos 80. É desta combinação de elementos culturais que nasce o movimento gótico.
Em plena década de 80 era démode ouvir e tocar rock. Daí a expressão ‘gótico’ significar, neste contexto, tudo que estava fora de uso. É neste cenário que desponta o Joy Division, já trazendo em sua bagagem as principais características do movimento gótico, a exploração de temas como a morte, sentimentos de profunda tristeza, abatimento moral, tudo em tons lúgubres.
Mas, seguindo a instabilidade vigente nesta nova estética, o grupo não permaneceu ativo muito tempo, e sua performance culminou no trágico suicídio de Ian Curtis. Mas eles foram apenas os pioneiros, e em sua rasteira surgem outras bandas importantes, como Bauhaus; The Cure; Siouxsie and the Banshees; The Cult; The Sisters of Mercy; The Mission, entre outras.
Outras questões perturbadoras são adotadas por estes ícones culturais, que expressam a ausência de perspectivas, a desesperança, os desencantos afetivos, e outras inquietudes sombrias que pairam sobre a alma humana. A estética gótica também está presente nos figurinos, nos quais predominam as roupas escuras, especialmente as pretas e em tons roxos; na maquiagem, com os olhos bem marcados nas tonalidades pretas; e nos cabelos desgrenhados.
O Bauhaus é outra banda significativa deste período. Seu vocalista, Peter Murphy, magnetiza o público com sua voz grave e melancólica, que se insinua sob uma melodia forte, intensa. Eles gostavam de enfocar a morte, criaturas vampirescas, morcegos e ritos de natureza pagã. O The Sister of Mercy também cultiva, em Andrew Audrith, a voz rouca e depressiva, típica do rock gótico.
O movimento gótico não se resumia apenas a atitudes estéticas e musicais, ele traduzia uma nova atitude diante do mundo, mais interiorizada, instrospectiva, expressando o que seus adeptos sentiam com relação à existência. Eles se autodenominavam góticos, pois compartilhavam a mesma paixão pelo som que cultuavam.
Isto levou alguns de seus membros a procurarem referências em outros períodos, tentando encontrar um ponto de sustentação na arte produzida na Idade Média, ou na literatura romântica e simbólica, principalmente na sua vertente mais sombria. Eles passaram a ler autores como Bram Stoker, Edgar Alan Poe, Baudelaire, Rimbaud dentre outros. Muitos passaram a se identificar também com símbolos místicos como as cruzes, pentagramas, entre outras imagens mitológicas.

Fontes:
http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/471523
http://www.gothiccastle.net/?categoria=textos&pagina=musica

MOVIMENTO PUNK
Foi um estilo musical criado na década de 70 e a cultura ao redor dele. Surgiu em Nova York a partir de 1974, quando os frequentadores da casa de shows CBGB e da cena underground local (usuários de drogas, poetas de rua, transsexuais e outros) formaram e apoiaram bandas que se opunham ao pomposo rock progressivo de bandas como Yes, que faziam muito sucesso na época. No Reino Unido, especialmente em Londres, o movimento ganhou versão própria, com bandas icônicas como Sex Pistols e The Clash. Por lá, o surgimento do punk coincidiu com um momento político delicado, o que contribuiu para que muitas bandas criticassem o governo em suas músicas. No começo dos anos 80, o gênero deu lugar à new wave e ao pós-punk como estilos predominantes de rock.
REBELDES COM CAUSA
Em oposição ao movimento hippie, o punk apoiava a individualidade e a independência
Passarela Irada
O grupo britânico Sex Pistols nasceu em uma loja de roupas, a Sex, e seu visual foi criado pela estilista Vivienne Westwood, que trouxe de Nova York as peças rasgadas, os rebites. Essas tendências e o incentivo à individualidade estimularam os punks a bolar visuais únicos. Até os cabelos curtos eram um manifesto: opunham-se às longas madeixas dos hippies.
Juntando os gêneros
O punk abriu a cabeça dos roqueiros para outros estilos. O grupo The Clash, por exemplo, pegou elementos do reggae. Já o Television bebeu na fonte do jazz e o Blondie, da disco. Na mesma época se destacou o ska, fusão de rock e reggae. E a vibe comunitária favoreceu subgêneros influentes, como o hardcore e o psychobilly.
Enfrentando o sistema
O punk era influenciado, principalmente na Inglaterra, pelo movimento Situacionista e por ideias anarquistas e socialistas. A maioria das bandas era formada por gente pobre, que não via futuro com as ações do governo. Superpolitizado, o The Clash apoiava os rebeldes do movimento Sandinista, da Nicarágua.
Presença feminina
Com sua política acolhedora, o estilo abriu espaço para as mulheres. Elas passaram a integrar e até liderar bandas – entre os nomes importantes estavam Patti Smith, Debbie Harry e as The Slits. Mas nem todos os adeptos eram tão inclusivos nem todas as bandas com meninas tinham discurso feminista.
Se quiser bem feito...
A política DIY ("do it yourself", ou "faça você mesmo") pregava que músicos e fãs não dependiam de grandes corporações.Dessa ideologia, surgiram as gravadoras independentes e os fanzines, que ganharam popularidade e respeito. O DIY se expandiu para a moda e para o design – eram comuns pôsteres, flyers e roupas feitos à mão.
Filho da anarquia
Os estilos que tomaram o lugar do punk derivavam dele. Mesmo alguns que surgiram muito depois, como o grunge (Kurt Cobain afirmava que sua banda, Nirvana, era punk). Ele também foi a base dos movimentos riot- grrrl e queercore, defensoras da inclusãode mulheres e gays na música. Hoje, ainda sobrevive como gênero musical e ideologia, embora com menos proeminência.
MOVIMENTO BOSSA NOVA

Durante a década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir do estilo operístico que dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com sua cultura, por isso, o novo movimento visava a internacionalização da música brasileira.

Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.

A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.

A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.

Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.

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